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Principais autores da ciência do comportamento aplicada às finanças

· Leitura de 4 minutos
Felipe Reis
Fundador Gente Rica

A ciência do comportamento aplicada às finanças é um campo de estudo que une psicologia, economia e neurociência para entender como as pessoas realmente lidam com o dinheiro — nem sempre de forma racional. Ao contrário do uso corporativo da "economia comportamental" voltada à persuasão em vendas, aqui o foco está no entendimento e aprimoramento das decisões financeiras individuais. Abaixo, destacamos os principais autores e pesquisadores que moldaram essa área, com explicações sobre suas contribuições mais relevantes.


⚖️ Acadêmicos e Pesquisadores Pioneiros

1. Daniel Kahneman

  • Profissão: Psicólogo (ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2002).
  • Obra-chave: Thinking, Fast and Slow (Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar).
  • Contribuições:
    • Criador da teoria da perspectiva (prospect theory), explicando como as pessoas tomam decisões sob risco.
    • Identificou que as pessoas dão mais peso às perdas do que aos ganhos equivalentes (aversão à perda).
    • Estudou heurísticas como a do afeto, disponibilidade e representatividade, que afetam escolhas financeiras.

2. Amos Tversky

  • Profissão: Psicólogo cognitivo, colaborador de Kahneman.
  • Contribuições:
    • Co-criador da teoria da perspectiva.
    • Seu trabalho conjunto com Kahneman é base para a psicologia econômica moderna.

3. Richard Thaler

  • Profissão: Economista (Nobel de Economia em 2017).
  • Obras-chave:
    • Nudge: O Empurrãozinho para Tomar Melhores Decisões (com Cass Sunstein).
    • Misbehaving: The Making of Behavioral Economics.
  • Contribuições:
    • Criou a ideia de arquitetura de escolhas: pequenas mudanças no ambiente que influenciam decisões.
    • Introduziu conceitos como contabilidade mental e autocontrole limitado, explicando por que economizar é tão difícil.

4. Robert Shiller

  • Profissão: Economista (Prêmio Nobel em 2013).
  • Obra-chave: Irrational Exuberance.
  • Contribuições:
    • Estudou como o comportamento coletivo irracional leva a bolhas financeiras.
    • Destacou o papel das emoções e narrativas na formação de preços de ativos.

5. Hersh Shefrin

  • Profissão: Professor de Finanças e pesquisador comportamental.
  • Obra-chave: Beyond Greed and Fear.
  • Contribuições:
    • Sistematizou o uso de insights comportamentais na gestão de carteiras e decisões de investimento.
    • Analisa como vieses como excesso de confiança e otimismo afetam investidores.

📚 Autores focados no comportamento pessoal e educação financeira

6. Brad Klontz

  • Profissão: Psicólogo financeiro.
  • Obra-chave: Mind Over Money.
  • Contribuições:
    • Estuda os scripts financeiros inconscientes: crenças herdadas sobre dinheiro.
    • Atua na interseção entre psicologia clínica e planejamento financeiro.
    • Foco especial em traumas financeiros e comportamentos autossabotadores.

7. Meir Statman

  • Profissão: Professor de Finanças Comportamentais.
  • Obra-chave: What Investors Really Want.
  • Contribuições:
    • Estuda como investidores reais diferem do "investidor racional" idealizado.
    • Introduz o conceito de benefícios expressivos e emocionais do investimento (status, identidade, etc.).

8. Morgan Housel

  • Profissão: Escritor e analista financeiro.
  • Obra-chave: The Psychology of Money (A Psicologia do Dinheiro).
  • Contribuições:
    • Populariza a ideia de que o comportamento supera conhecimento técnico nas finanças pessoais.
    • Escreve com estilo acessível, usando histórias e exemplos do cotidiano.

9. Dan Ariely

  • Profissão: Psicólogo comportamental.
  • Obra-chave: Previsivelmente Irracional.
  • Contribuições:
    • Demonstra como tomamos decisões financeiras irracionais de forma sistemática.
    • Explora temas como procrastinação, gasto emocional e comportamento compulsivo.

Conclusão

Esses autores nos mostram que lidar com dinheiro é menos sobre matemática e mais sobre psicologia, contexto e narrativa pessoal. A ciência do comportamento aplicada às finanças permite que indivíduos tomem decisões mais conscientes e alinhadas com seus valores e objetivos — uma abordagem muito diferente da economia comportamental aplicada ao consumo.

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